Se em março de 2015 a mudança foi penosa, as mudanças do dia 29 de junho de 2016 diminuem mais ainda o alcance orgânico de páginas de empresas, afetando assim todo um planejamento de marketing digital
Na última quarta-feira, 29/06, uma nova atualização do Facebook deixou o mercado de marketing digital bem assustado e confuso. Não faltaram artigos de veículos dos mais variados nichos com títulos do tipo “Este pode ser o último post nosso que você vai ver aqui” e coisas do gênero…
Foi (e ainda está sendo) a maior correria, porque muitas marcas e empresas andaram apostando todas as suas fichas na plataforma do Zuckerberg como único ou principal meio de conversar com prospects e fãs.
A nova regra é clara: serão priorizados conteúdos compartilhados por amigos e familiares, ou seja, o conteúdo das fanpages sofrerá diminuição, mais uma vez, no alcance orgânico.
O alcance orgânico é tudo aquilo que você vê na sua timeline que não tenha a palavrinha “patrocinado”. Na verdade, já faz algum tempo que o alcance gratuito das fanpages e grupos vem caindo sistematicamente. Em média, as postagens são exibidas para no máximo de 1 a 2% dos fãs e agora vai cair mais ainda.
O Facebook diz que a intenção é diminuir a poluição de informações desnecessárias e SPAM, o que em parte é verdade, mas, por outro lado isso obriga as empresas a investirem mais dinheiro em publicidade na plataforma, para que consiga falar com seu público-alvo.
“E agora, José?”
Desde que surgiu, como um projeto de garotos de faculdade, o objetivo do Facebook sempre foi conectar as pessoas através da afinidade e interesses em comum.
O algoritmo da plataforma tenta cruzar as informações de curtidas e cliques anteriores para entregar novos conteúdos com os quais os usuários tenham alguma ligação emocional, algo que os faça se sentir bem e continuar o máximo de tempo possível vendo a nova foto da formatura da amiga, o vídeo do bebê dando gargalhada ou o perfil do(a) ex-namorado(a), pra descobrir se o status de relacionamento mudou.
O maior ativo do Facebook são as pessoas, só no Brasil são 92 milhões de perfis de todas as classes sociais. 8 em cada 10 brasileiros conectados à internet estão no Facebook. No mundo inteiro são 1,6 bilhão de usuários. Manter essa audiência dentro do seu ambiente é o que faz e vai fazer o Facebook continuar sendo o Facebook por mais algum tempo.
Vale a pena manter uma estratégia de marketing no Facebook agora?
Desde que as marcas descobriram o Facebook como meio de popularizar conteúdo e engajar fãs, houve uma espécie de “corrida do ouro” para a plataforma. A empresa que quisesse se envolver melhor com seu público-alvo, divulgar produtos e serviços e ser vista como “moderna” tinha que ter obrigatoriamente uma fanpage.
O alcance orgânico das postagens era incrível e possibilitava um ROI insuperável, se comparado às mídias tradicionais. Tudo que se postava viralizava, mas já faz tempo que não é mais assim.
Se a sua estratégia atual de marketing dentro do Facebook não considera investimento em mídia, então esqueça as milhares de curtidas e compartilhamentos que seus posts recebiam antes! É melhor tentar novos caminhos mesmo ou começar a investir em campanhas pagas.
Por outro lado, como eu disse, o maior patrimônio e moeda de troca do Facebook são as pessoas. A grande vantagem de continuar investindo em mídia paga na plataforma é a possibilidade de hiper segmentar o público para quem seu anúncio será exibido. Nisso ele é imbatível.
Pra terminar, um conselho…
Procure diversificar seus veículos de comunicação. Não coloque todos os ovos no mesmo cesto. O Facebook é ótimo, mas não é o único.
Se você trabalha com Marketing de Conteúdo, por exemplo, a metodologia é basicamente omnichanel, tente retomar a conversa com seu público em novos canais. Quem sabe, não é a hora de voltar a usar o bom e velho website e modernizá-lo e investir na otimização com métricas de SEO?
Pense fora da caixa um pouco!