Como escolas e colégios devem lidar com o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e saberem usar a comunicação estratégica, como instrumento inclusivo para aproximar sua instituição de ensino das crianças e pais.
Hoje existe um ditame no Brasil infelizmente, praticamente 1 criança a cada 20 são diariamente diagnosticadas com o TDAH. Um transtorno neurobiológico, que pode ter causas genéticas, e que aparece na infância e geralmente acompanha o indivíduo por toda sua vida. É caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
TDAH e a capacidade de aprender
Uma criança que sofre TDAH tem muita dificuldade em atender às demandas do ambiente escolar, pois as atividades geralmente exigem atenção, produtividade e concentração. Mas não é impossível que essas crianças tenham um bom desempenho, até porque ser desatento não significa ser incapaz de aprender.
Apesar de ter dificuldade de se dedicar durante muito tempo a uma tarefa, o tempo gasto nas tarefas muitas vezes resulta num trabalho completo e frequentemente correto. Por isso, quando encontramos formas de manter a criança com TDAH focada nas tarefas, damos ferramentas para que ela aprenda tão bem quanto as outras.
Os principais intermediadores da educação são os pais e professores, que devem se manter atentos aos detalhes, sempre dispondo de paciência e disponibilidade para garantir que as dificuldades da criança não interfiram na sua autoestima, senso de capacidade e autoconfiança.
O papel dos pais na vida escolar
Algumas atitudes simples podem ajudar a criança com TDAH a apresentar melhor desempenho escolar e nas atividades em geral. São elas:
Manter horários fixos para refeições, banhos, descanso e estudo. A rotina permite que a criança se organize por meio de regras e limites;
Não interromper as atividades, estabelecendo um período certo para cada tarefa, incluindo momentos de descanso entre uma atividade e outra;
Diminuir distrações como televisão ou rádio, especialmente enquanto a criança está estudando ou fazendo outra tarefa. Além de tomar o cuidado de não interromper a criança para perguntar coisas que não estão relacionadas com o que ela está fazendo no momento;
Determinar lugares específicos para que a criança guarde o material escolar, as roupas e os brinquedos;
Criar metas pequenas e alcançáveis, como completar um desenho ou ler um parágrafo de uma história;
Dar reforços positivos e celebrar os acertos e bons comportamentos.
A importância da comunicação estratégica na orientação escolar
A escola é o local onde os principais problemas acontecem, por isso é importante que os professores sigam algumas condutas para facilitar o bom desempenho nas crianças com TDAH. Nessa hora é fundamental a participação de toda a equipe multidisciplinar da instituição, para criarem soluções adequadas, que venham atender as necessidades dos alunos.
Hoje é fundamenta que uma escola tenha pelo menos um coordenador pedagógico e um psicopedagogo em tempo integral. Para que em conjunto com gestão e professores, possam desenvolver instrumentos motivacionais para esses alunos. E aqui vai além de fazer prova em uma sala em separado.
Motivação do corpo acadêmico
Estamos falando de seres humanos, estamos falando de futuros adultos, que poderão ter êxito na vida ou não! E nesse momento o papel do educador é fundamental. E hoje os educadores precisam ter o conhecimento do que é o TDAH e principal disso é saber usar estratégias, em sala de aula, para facilitar a vida de todos.
Por parte da gestão da escola, é necessário motivar esse profissional a trabalhar com esse público. Por meio da gestão incentivar e capacitar todo o seu corpo, a lidar com esse cenário cada vez mais comum em todo o Brasil. Não basta apenas contratar um professor, pegar o plano anual de aulas, colocá-lo em sala de aula e simplesmente ligar o motor e só desligar no final do ano. Enquanto uma parcela de 15% dos alunos conseguem acompanhar, a grande maioria já se perde em poucos dias.
É necessário uma metodologia segura, implementar uma solução com bases científicas e com o auxilia da psicologia. Não é um trabalho simples, nem da noite para o dia, mas a equipe precisa fazer uma imersão para alcançar bons objetivos. Isso deve acontecer desde e principalmente na alfabetização.
A Psicologia de Jean Piaget
Devido uma das minhas formações, Comunicação Social, e durante todo o desenrolar acadêmico dessa ciência social, estamos constantemente em contato com ciências sociais como: Psicologia, Sociologia, Filosofia, Antropologia, entre outros, justamente para que possamos desempenhar um papel assertivo na hora de conceber um determinado projeto da área de comunicação e publicidade para uma empresa e seu público alvo.
” Ser uma escola inclusiva hoje, vai além de oferecer uma sala isolada, para aplicar provas e sem um acompanhamento adequado de um professor capacitado. Incluir um ano com TDAH demanda tempo, investimento e médio a longo prazo, mas o resultado final é poder perceber que essa instituição, pode-se tornar referência em sua região, pelos resultados alcançados. Seja da equipe multidisciplinar, dos alunos e da participação dos pais. A melhor publicidade é quando pais e alunos se tornam fãs de uma escola que sabe valorizar a todos, mesmo com suas diferenciações. E a base de toda essa engrenagem é a Comunicação Estratégica, tanto interna, quanto externamente.”
E dentre vários estudiosos, não poderia deixar de lado o legado de Jen Piaget, um dos maiores cientistas que nos auxiliou a compreender o desenvolvimento humano. Explicou como e por que o indivíduo se comporta de determinada forma, em determinada situação, neste momento de sua vida. E ele listou os fatores que influenciam o desenvolvimento humano como:
Hereditariedade: a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não desenvolver-se;
Crescimento orgânico: refere-se ao aspecto físico;
Maturação neurofisiológica: é o que torna possível determinado padrão de comportamento, onde a alfabetização das crianças, depende da maturação da mesma;
Meio: o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento do indivíduo.
E para a criança com TDAH o meio é fundamental para seu desenvolvimento, tanto na escola, quanto em casa! Por isso que uma escola com um planejamento estratégico educacional alinhado com os pais, fará com que essas crianças não sejam tratadas como “exceção” , mas que venham ter uma vida normal, graças a uma complexa teia de soluções motivacionais, que podem ser oferecidas por escolas que desejam receber o título de “escolas inclusivas“.
Comunicação entre pais/responsáveis e estudantes
Os pais/responsáveis devem sempre mostrar grande interesse em saber das evoluções de suas crianças. Aqui eles devem estimular sempre que os estudantes dividam sua vida escolar, facilidades, notas, trabalhos e dificuldades, para que possam ajudar quando necessário.
A família deve sempre acompanhar as atividades das crianças, mostrando a necessidade de cumprirem as obrigações e compromissos, serem assíduos e pontuais. Caso contrário, o rendimento irá certamente cair.
Outro ponto da comunicação escolar que os pais/responsáveis devem ficar sempre atentos é a estimular a criança a estudar, mostrando o valor que a educação tem em sua vida. Eles também devem sempre reconhecer os sucessos, como forma de incentivar seu sucesso.
Algumas crianças sentem vontade de passar os conhecimentos do dia para os pais, pela empolgação que estão com as novidades que surgem durante a aula. Eles não devem deixar de ouvir e dar atenção a este momento, pois é uma forma interessante de fixar o conhecimento.
Comunicação entre pais/responsáveis e escola
A comunicação escolar entre pais e profissionais da escola é de suma importância até mesmo para reconhecer problemas que os responsáveis podem desconhecer, pois a criança está envergonhada de comentar.
Visitas constantes à escola devem ser feitas, para acompanhar o rendimento com as notas e observar as fichas comportamentais. Entretanto essas idas ao ambiente escolar também devem ser feitas pelos responsáveis com o intuito de analisar onde seus filhos estão sendo desenvolvidos. Um “tour” pela escola no horário das aulas seria muito bacana e ajudaria a observar o comportamento e reações dos diferentes professores que lecionam no local, afinal eles também são responsáveis pelo crescimento dos jovens cidadãos.
Eles também devem analisar as condições estruturais, seja do pátio ou da área em que praticam a educação física, a limpeza dos banheiros e não menos importante, a biblioteca com espaço para leitura.
Já os profissionais da escola devem sempre comunicar os pais qualquer problema ou dificuldade que a criança ou jovem esteja passando na escola: seja na relação com professores, colegas, problemas com notas ou um comportamento que não seja o condizente para o ambiente escolar. Lembre-se sempre que a comunicação escolar deve ser uma via dupla e que ambos os lados devem se comunicar mutuamente diante de um problema.
Comunicação escola e estudante
Por sua vez os profissionais da educação devem, além de passar os conteúdos, manterem-se atentos a qualquer desvio de comportamento dos jovens e crianças. Não é uma tarefa fácil, nem de longe. Muitos jovens apresentam um comportamento em casa e na escola outro. Geralmente as boas ou más ações vêm de casa e acabam sendo reflexo de onde têm mais convivência, absorvendo algumas características, que acabam sendo repassadas para outros jovens. Essa troca de informações é perfeitamente normal, mas pode ser nociva. Isso demonstra a importância da valorização da comunicação escolar, não só no desempenho do aluno, como na formação de um cidadão.
A escola deve incentivar bons hábitos que facilitem a aquisição de informação. Levar a criança a locais como bibliotecas públicas, exposições, bienais, mostras culturais e qualquer tipo de evento que incentive o hábito da leitura.
Ações de Comunicação Estratégica e Marketing para Escolas que podem ser usadas para aproximar escola/alunos/pais.
Adotar como recurso interno um Plano Educacional Individualizado e ser implementado para auxiliar na adaptação do currículo escolar, conforme as necessidades de cada aluno com transtorno. Está amparado na Legislação Federal (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9394/96) que orienta o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes de transtornos e déficits.
Mesmo sem lei aprovada (sendo que já existem 9 projetos de lei tramitando na câmara desde 2000), mas é necessário que exista, por parte da gestão das escolas um BOM SENSO para limitar a quantidade de alunos por sala de aula. Mesmo ainda em tramitação o projeto de lei nº 597/2007 é veementemente defendido por várias entidades nacionais da área da educação e ensino, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), nas conferências que antecederam a Conae 2014 (marcada para novembro), os seguintes limites para a relação aluno-classe: de 0 a 2 anos (até 8 crianças); de 3 a 5 anos (até 15 crianças); no fundamental I (até 20 estudantes); no fundamental II (até 25 estudantes) e no médio e superior (até 30 estudantes).
Ter no site da escola ou colégio, uma área específica sobre como a instituição lida com esse tipo de transtorno com seus alunos. Mostrando inclusive o corpo multidisciplinar responsável e a lista de treinamentos, capacitações e certificações na área;
Trabalhar com o Marketing de Conteúdo na geração de informações constantes, que possam subsidiar professores, pais e alunos durante o ano letivo. Seja no uso de um blog corporativo ou o uso dos canais sociais;
Elaborar uma cartilha que tenha todos os direcionamentos de como a escola irá abordar o assunto na prática, podendo ter uma cartilha para professores e outra para os pais. A internet está cheia de informação, mas é necessário que a escola mostre seu interesse, consolidando e integrando os conceitos internos a todos;
Realizar no mínimo uma vez a cada 2 meses, algum tipo de atividade com os pais, com o intuito de receber feedback de como anda a vida do aluno e da família. Mediada pelo psicólogo ou psicopedagogo da escola;
Diagramar provas de uma maneira lúdica e estimulante para os alunos, onde no caso do uso de figuras que as mesmas venham em boa qualidade (seja colorido ou preto e branco). E nesse caso um bom projeto gráfico fará toda a diferença para o aluno na compreensão. Importante lembrar que esse projeto gráfico não é para segregar ou constranger o aluno TDAH, mas para aproximá-lo aos demais alunos;
Utilizar sempre ilustrações e infográficos nas provas para auxiliar na compreensão das mesmas. Muitas vezes um aluno não se sai bem, devido a falta de um sinestésico eficiente nos primeiros anos de escola.
O uso do email deve ser constante entre escola e os pais. Não adianta passar recados verbais na sala de aula, pois existe uma grande possibilidade dos alunos TDAH esquecerem. Então é necessário reforçar essa informação para os pais, e hoje o email ainda é uma ferramenta de alta performance.
Todo e qualquer comunicado deve ser reforçado, por meio de um folheto, lúdico e que chame atenção das crianças, facilitando assim o repasse aos pais. Mais uma vez o email aqui irá convalidar todo o ciclo de ações;
Sempre que for necessário o uso de material complementar, como apostilas, jamais utilizar cópia de livros publicados, focar na criação do próprio material e principalmente com o projeto gráfico unificado da escola. Passando assim a informação de uma maneira muito mais lúdica e motivadora.
O endomarketing é uma ferramenta fundamental, para realizar a entrega de informação ao público interno da instituição. Não adianta apenas uma parcela ter esse conhecimento, todos os envolvidos precisam ter a visão de como proceder. Do porteiro ao diretor. Alinhados em um mesmo discurso e conhecimento.
Confira abaixo Veja uma lista com sugestões simples e que podem fazer toda a diferença:
Afastar a criança de portas e janelas, de modo a evitar que ela se distraia com outros estímulos;
Oferecer fonte de luz adequada para que a criança enxergue bem;
Não falar de costas, mantendo sempre o contato visual;
Intercalar atividades de alto e baixo interesse durante o dia, em vez de concentrar o mesmo tipo de tarefa em um só período;
Repetir ordens e instruções, utilizando frases curtas e pedindo ao aluno para repeti-las, certificando-se de que ele entendeu;
Oferecer supervisão adicional, aproveitando intervalos entre aulas ou durante tarefas longas e reuniões;
Permitir movimento na sala de aula, pode ser pedindo para a criança buscar materiais, apagar o quadro ou recolher trabalhos. Essas atividades simples permitem que o aluno saia da sala quando estiver agitado;
Manter contato com os pais;
Dar reforços positivos quando a criança terminar uma tarefa e sempre que ela acertar. Isso ajuda a elevar a autoestima do aluno;
Nunca causar constrangimento ou menosprezar o aluno;
Ficar atento à reação da criança em situações recreativas barulhentas. Se ela buscar isolamento, pode ser um sinal de que ela está encontrando dificuldades;
Manter comunicação constante com o psicólogo ou orientador da escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os pais e o médico.
Ter professores treinados para auxiliarem durante as provas, sendo para tirar dúvidas ou como facilitadores na leitura da mesma.
Elaborar soluções diferenciadas, para substituir provas, mas garantindo o ganho acadêmico de conhecimento e racionalidade do aluno.
Diversos recursos avaliativos que podem ser selecionado conforme as necessidades de cada aluno, lembrando que todos tem o direito de serem avaliados com qualidade:
*Formativa – aplicada na rotina escolar, conforme o calendário da respectiva instituição;
*Adaptada ou diferenciada – quando o aluno laudado necessita de algumas modificações na qualidade das questões, na elaboração e no conteúdo, além da necessidade de ser aplicada individualmente;
*Separada – quando o aluno por questões neurológicas ou emocionais (principalmente para os casos de ansiedade que necessitam ser os primeiros a entregar independente de ter terminado) necessita ser retirado da sala para aplicar a prova individualmente, mas não necessariamente implique na alteração da estrutura ou conteúdo;
*Diagnóstica – visa oferecer subsídios para conhecer o momento que cada educando se encontra no processo de aprendizagem, com isso deve ser aplicado periodicamente algumas sondagens que fazem parte da avaliação diagnóstica, como por exemplo:
sondagem de palavras;
sondagem de leitura;
sondagem psicomotora;
sondagem textual;
sondagem matemática de cálculos e interpretativa;
Observações acompanhadas de registro no que se refere as habilidades sociais, habilidades atencionais e comportamentais.
*Oral – o professor será o escriba e o leitor, enquanto o aluno laudado, responde oralmente para que o professor registre na íntegra a resposta.
Sou Alexandre Augusto e essa é a minha experiência em colégios com minhas filhas que possuem TDAH, Dislexia e Discalculia!
Comunicador Social, sócio da Agência Carcará e pai de duas e lindas filhas que possuem TDAH! Sempre lutarei por elas! Para que sejam não as melhores da escola, ou mesmo que fiquem em primeiro lugar nas provas do ENEM, mas que venham ser cidadãs felizes e realizadas social e profissionalmente! Se você está na mesma situação, nunca desista e corra atrás de todos os seus direitos via Lei de Diretrizes de Bases da Educação (Lei 9394/96), Lei Brasileira de Inclusão (LBI) ou qualquer outro meio legal!
Tenho duas filhas e durante toda a vida acadêmica delas, sempre tivemos problemas, com o uso indevido da chamada “humanização” por parte de todas as escolas em que estudaram. Se eu for fazer uma listagem é bem fácil identificar o que deixaram a desejar, abaixo meus CASOS DE INSUCESSO:
Colégio Triângulo M Norte: Minha filha caçula teve sua alfabetização lá nessa escola e foi um desastre. Hoje (2020) ela tem 14 anos e veio a realmente aprender a ler a pouco mais de 4 anos e mesmo hoje ela ainda possui muita dificuldade em “compreender o que está lendo, principalmente matérias complexas como história e geografia”. Foi lamentável como para ela foi traumático esse período, nessa escola. Alfabetização “zero” e a abertura de um futuro incerto para ela. A minha mais velha (que hoje possui 18 anos), também teve falta total de estímulos. Aqui na época conversando com uma das professoras, descobrimos que o salário não era equivalente com as atribuições e o mercado!
Colégio Montêmine QNJ: Era um grupo super conhecido e renomado em Taguatinga, mas infelizmente pegamos a escola no pior momento deles, tirei minhas filhas um ano antes de fecharem as portas (onde ficaram entre 2013 a 2017 sem depositarem FGTS, além de bens penhorados pela Justiça do Trabalho. E já que esse era o cenário, a qualidade do ensino também seria comprometida e foi. Mais uma vez, alunos que possuíam algum tipo de déficit eram “apenas” colocamos em uma sala em separado para fazerem provas e fim de papo. Nenhuma prova era preparada para eles, faziam basicamente as mesmas provas que os outros alunos, apenas saiam de sala. Como não existe uma “lei” realmente, eles fazem o mínimo do que é possível. E se minha caçula tinha passado por maus bocados no Triângulo, piorou a situação no Montêmine. Nessa época minhas duas filhas já tinham seu diagnóstico para o Déficit de Atenção. Há aqui eles tinham a cada bimestre uma premiação, onde apresentavam os “melhores alunos de cada turma” os que tinham melhores notas e etc. E durante o tempo em que estiveram lá minhas filhas sempre falavam “pai nem procure, pois nossos nomes não estarão ai não viu”. Aqui elas descobriram que eram alunas “medianas”.
Colégio Madre Teresa QNH: Outro colégio de renome na região e os mesmos problemas das escolas anteriores. Falta de preparo dos professores para lidarem com alunos laudados, onde iam fazer as provas em uma sala no subsolo, com mofo e durante as provas ficava apenas uma pessoa, sem ser o professor em si. Minha caçula foi hostilizada e massacrada, até ameaçada de morte ela foi por uma aluna que era parente de uma das gestoras das escola. Provas também não eram elaboradas para quem tinha algum tipo de déficit e mais uma vez elas saíram sem uma base sólida para o futuro.
Colégio Objetivo Unidade JK Shoppipng: Aqui foi realmente o pior dos lugares em que eu poderia ter colocado minhas filhas. Mais uma vez muito se fala de humanização, mas na prática pouco é colocado em prática. A primeira coisa, que ocorre em todas as outras é justamente a questão das provas. Provas idênticas dos outros alunos, só eram feitas em salas diferentes e supervisionadas por algum funcionário da escola, nunca pelos professores. Professores que não tinham tato com alunos laudados. Afinal é muito mais prazeroso estar próximo dos alunos nota 10, do que os outros. Nenhum material era produzido para alunos com déficit, mas nada mesmo e todas as escolas sempre falam no momento de matrícula: “temos uma educação humanizada, temos material específico para alunos com déficit e etc”, mas na hora “H” nada disso ocorre. Minha mais velha terminou o ensino médio lá com muita dificuldade, já minha caçula ocorreu uma situação muito, mas muito insólita. Bem no final do ano nos chamaram para uma reunião (eu e minha esposa), eu cheguei um pouco depois, quando entrei na sala minha esposa já tinha recebido a notícia e estava calada e ai as responsáveis falaram o seguinte: “então a XXXXX passou, graças ao conselho de classe (formado pelos professores), mas temos uma proposta para vocês, onde será mantida essas notas e ela passada se no ano que vem (o que seria esse ano de 2020) ela não venha mais estudar em nossa escola.” Em resumo para ela ser passada ela não poderia estudar mais ali. Foi algo como uma facada em meu coração. Nos dois anos em que elas estudaram lá (2018 e 2019) houve tanta coisa que foi abafada, como alunos fazendo sexo em um dos estacionamentos internos que não eram abertos ao público (mas que era acessível internamente pela escola), onde um aluno foi agredido violentamente por sua escolha sexual, entre outros acontecimentos e aí minha filha foi literalmente escorraçada da escola, apenas pelo fato de “nós pais” estarmos ali cobrando, diariamente melhorias para e ela! Foi no Objetivo que descobrimos que além do TDAH ela também tinha Dislexia e Discalculia ( Discalculia é uma deficiência de aprendizagem específica em matemática. Crianças com discalculia apresentam dificuldade em entender conceitos relacionados a números, usar símbolos ou funções necessárias para o sucesso em matemática). E nada, absolutamente nada foi feito para ajudá-la a se tornar uma cidadã melhor para o mundo. Depois a direção disse que nada disso foi falado, que ela poderia estudar lá tranquilamente. Eu queria ter tido a oportunidade de ter filmado, gravado ou algo assim. Daria um ótimo filme sem nenhuma dúvida.
Colégio IESB da Ceilândia, meu verdadeiro caso de sucesso!
Última cartada! Não tinha mais esperanças em encontrar um local que pudesse dar dignidade e principalmente humanização no ensino da minha filha, vários amigos falavam das dificuldades que tiveram também com o Projeção, Leonardo da Vinci entre outros, então o último da minha lista, tornou-se o primeiro dela.
E hoje, dia 14 de dezembro de 2020, não poderia ter feito a melhor escolha. Uma ano totalmente atípico com pandemia e o IESB se fez parceiro em todos os momentos, mesmo no mundo digital, se fez presente o tempo todo, com atividades, fomento e principalmente motivação para os alunos.
Como pai me senti acolhido, presente e fazendo parte de todo o processo. Muito do que coloquei no texto mais acima, o IESB faz com maestria. Uma das coisas que mais fiquei impressionado, foi o de receber todos bimestres o plano de estudo de todas as matérias, com tudo o que seria cobrado, incluindo o que seria visto nos livros didáticos. Todos os deveres de casa eram encaminhados diariamente.
A solidão que sempre tive em outros anos e outras escolas, não tive com o IESB. Fico feliz de ter tido essa escolha em um momento tão complexo com esse em tempos de COVID-19. E tanto é que a plataforma utilizada para as aulas online foi o Blackboard, talvez a melhor plataforma online para ensino no mundo.
E para fechar o ano tivemos essa linda e inesquecível formatura, na última sexta-feira dia 11/12, em formato drive thru. Foi super inovador, imagino o quão cansativo também, mas conseguiram deixar aquele gostinho “de exclusividade” a cada aluno que passava para receber os parabéns dos professores e da direção. Eu dei meu voto de confiança para essa instituição e ela me retornou com o que sempre sonhei: “dignidade, respeito, humanização e carinho” para minha filha poder seguir seu caminho ….